O tema em apreço tem sido alvo de inúmeras
pesquisas, discussões e também um importante campo de batalha para especulações
por parte das ciências sociais. O fato é que nosso conhecimento e conceito de
família tem sido colocado em check,
frente a evolução porque tem passado no decorrer dos anos. Mas isso
não é algo novo. É preciso compreender essas mudanças para saber como agir.
A cada dia, fatos novos surgem na vida
familiar. O celibato tem servido de opção para muitos. Muitos dos que se casam,
acabam separando-se. As famílias já não são tão numerosas como antes, e muitos
decidem não ter filhos. O casal trabalha fora de casa e são poucos os parentes
que vivem perto uns dos outros; a educação dos filhos
está cada dia mais a cargo das creches, jardins de infância, escolas e meios de
comunicação.
O Estado tem assumindo a função – tradicionalmente reservada à
família – de educar os filhos. A família é mais dependente das instituições
políticas, e menos de seus próprios membros. O que se constata é que, embora os
serviços governamentais sejam fundamentais para a vida moderna, não pode
substituir as responsabilidades funcionais da família.
Cada vez mais as pessoas vivem em
comunidades, relacionando-se com pessoas que não se configuram como famílias.
Há ainda a questão dos casais homossexuais, a legalização da união civil e a
adoção de crianças por estes, e também as famílias, onde a mulher é a chefe,
além de aumentar o número de pessoas vivendo juntas sem serem casadas. E a
lista de “novidades” não pára por aí.
Como resposta aos problemas relacionados à
família, espera-se que a igreja reforme sua vida para que possa tornar-se uma
“comunidade de fé” para a humanização das pessoas e da vida social. O desafio
para uma igreja que não dispõe de programas adequados para atender a demanda de
pessoas necessitadas, é grande, e ela não pode imiscuir-se de tamanha
responsabilidade. Ela necessita, antes de mais nada, reformar suas liturgias,
criando um contexto no qual as pessoas adquiram, mantenham e aprofundem a fé
cristã.
A igreja é uma associação humana com caracetrísticas peculiares. Ela é
a ekklésia de Deus, um grupo de pessoas chamadas para ser e fazer algo juntas
pelo bem estar de cada um. Além disso, acredito que a família de fé deve
proporcionar cura, mediante ritos de reconciliação em particular e de união em
público.
Por fim, penso que precisamos rever nossas
concepções da igreja e da família, bem como elaborar e organizar programas que
permitam reconquistar terrenos perdidos ao longo do tempo. A igreja deve
começar a atuar com as famílias. A igreja deve proporcionar uma qualidade de
vida e experiência essencialmente diferente do que se apresenta na sociedade.
Isso é o mínimo que se espera de uma classe que leva o nome do Senhor e do seu
Cristo.
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