terça-feira, 30 de novembro de 2010

A IGREJA E A FAMÍLIA


O tema em apreço tem sido alvo de inúmeras pesquisas, discussões e também um importante campo de batalha para especulações, por parte das ciências sociais. O fato é que nosso conhecimento e conceito de família tem sido colocado em check, frente a  evolução porque  tem passado no decorrer dos anos. Mas isso não é algo novo. É preciso compreender essas mudanças para saber como agir.

   A cada dia, fatos novos surgem na vida familiar. O celibato tem servido de opção para muitos. Muitos dos que se casam, acabam separando-se. As famílias já não são tão numerosas como antes, e muitos decidem não ter filhos. O casal trabalha fora de casa e são poucos os parentes que vivem perto uns dos outros; a Educação dos filhos está cada dia mais a cargo das creches, jardins de infância, escolas e meios de comunicação. O Estado tem assumindo a função – tradicionalmente reservada à família – de educar os filhos. A família é mais dependente das instituições políticas, e menos de seus próprios membros. O que se constata é que, embora os serviços governamentais sejam fundamentais para a vida moderna, não pode substituir as responsabilidades funcionais da família.
    Cada vez mais as pessoas vivem em comunidades, relacionando-se com pessoas que não se configuram como famílias. Há ainda a questão dos casais homossexuais, a legalização da união civil e a adoção de crianças por estes, e também as famílias, onde a mulher é a chefe, além de aumentar o número de pessoas vivendo juntas sem serem casadas. E a lista de “novidades” não pára por aí.

   Como resposta aos problemas relacionados à família, espera-se que a igreja reforme sua vida para que possa tornar-se uma “comunidade de fé” para a humanização das pessoas e da vida social. O desafio para uma igreja que não dispõe de programas adequados para atender a demanda de pessoas necessitadas, é grande, e ela não pode imiscuir-se de tamanha responsabilidade. Ela necessita, antes de mais nada, reformar suas liturgias, criando um contexto no qual as pessoas adquiram, mantenham e aprofundem a fé cristã. A igreja é uma associação humana com características peculiares. Ela é a ekklésia de Deus, um grupo de pessoas chamadas para ser e fazer algo juntas pelo bem estar de cada um. Além disso, acredito que a família de fé deve proporcionar cura, mediante ritos de reconciliação em particular e de união em público.

   Por fim, penso que precisamos rever nossas concepções da igreja e da família, bem como elaborar e organizar programas que permitam reconquistar terrenos perdidos ao longo do tempo. A igreja deve começar a atuar com as famílias. A igreja deve proporcionar uma  qualidade de vida e experiência essencialmente diferente do que se apresenta na sociedade. Isso é o mínimo que se espera de uma classe que leva o nome do Senhor e do seu Cristo.
                                                              
Percebo que a Igreja Institucional tem mesmo deixado desejar, afastando-se da “família cultural”. Mas, algo de positivo podemos já perceber, que cada vez mais as lideranças das igrejas estão se conscientizando das transformações ocorridas na família, que, inclusive atingem sua própria membresia também.

Creio que não podemos prescindir dos princípios bíblicos que norteiam o comportamento da família na sociedade, afinal, a Bíblia ainda é nossa regra de fé e prática. Insisto em afirmar que, ao olhar para a Palavra de Deus, em nenhum momento o contemplo feliz com o que suas criaturas estão fazendo na terra. Ele, certamente tolera, em função de sua vontade permissiva, porém, não aprova tais “mudanças”, “inovações” e “evoluções” da família.