quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A ORAÇÃO DO " PAI NOSSO " Parte 1



Pai nosso, que estás nos céus,
Santificado seja o teu nome.
Venha o teu reino.
Seja feita a tua vontade, assim
Na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia nos dá hoje
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também                                               perdoamos aos nossos devedores.
E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, poder e
glória para sempre

Amém


O "Pai Nosso" já foi chamado de maior mártir da cristandade. Recitado como que, em cumprimento de um dever religioso, perde o seu caráter de oração, e vira “reza”. R ezar vem de recitar e quer dizer isso mesmo: recitar coisa que se sabe de cor.  Rezando o pai nosso, nós realmente o martirizamos. Rezar é coisa bem diferente de orar. Orar é dialogar com Deus. Os discípulos de Cristo têm o direito de dialogar com seu Pai celeste. O Pai nosso, a oração de Jesus, não é reza. É oração e diálogo de filho com seu pai.
  A oração na vida do cristão é uma experiência das mais gratificantes, uma catarse. Por causa dela Deus é capaz de levantar do seu trono. A oração nos transforma. Ela muda situações. Destrona poderes. Abre portas trancadas. Faz aquietar o coração em meio às turbulências. Na oração não há barreiras intransponíveis. Entramos na presença de Deus e passamos a ouvir as batidas do seu coração.
Pelo fato de a oração do pai nosso ser uma oração formulada, há quem a rejeite, sem considerar que, a um dado momento a semente revela o seu poder brotando a semente da vida. No evangelho de Lucas lemos que Jesus ensinou o pai nosso a pedido de um deles. Eles tinham observado como Jesus orava, e, ao que tudo indica, perceberam que seu modo de orar não estava de acordo com o modelo.
   O contexto em Mateus 6 apresenta uma forma de orar condenado pelo Senhor Jesus,um orar desprovido de conteúdo sincero, com uma atitude teatral, verbosidade, indisposição para perdoar e vã repetições.
 em crise de oração: assim poderíamos definir a situação que motivou Jesus a formular a oração que nos legou. Ele quis ajudar seus discípulos a experimentar a plenitude da comunhão com Deus, assim como um pai ajuda uma criança pequena a crescer no diálogo com ele, a deixar de pedir-lhe apenas pequenas coisas, brinquedos infantis, a compartilhar de seus próprios propósitos, a participar de seu horizonte de pai. Jesus não quis substituir o orar espontâneo dos discípulos por uma oração formulada. Ele quis dar-lhe um modelo que inspirasse o seu orar cotidiano, um bê-a-bá para seu falar com Deus.
   Os discípulos, na ocasião, vinham seguindo Jesus, pelo período de um ano ou mais. Mesmo assim eles vêm humildemente a Jesus com aquele pedido: ”Senhor, ensina-nos a orar”. Parece que tal crise de oração na vida dos discípulos, não é coisa tão rara assim como possa parecer. O apóstolo Paulo confessa humildemente (Rm 8.26) que não sabe orar como convém, mas o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E diz que os cristãos, por serem filhos, receberam da parte de Deus o Espírito em seus corações, e por meio deste Espírito eles clamam: ”Aba Pai”.
   Aba e um termo carinhoso de filho a pai, algo como “querido Pai”, “paizinho meu”, mas só podemos chamá-lo de Pai através de Jesus Cristo e pela iluminação do Espírito Santo.
A crise de oração pode atingir qualquer discípulo de Cristo, mas ela pode apresentar um lado altamente positivo, pois leva-o a reconhecer sua incapacidade de orar de verdade. Quando isto acontece, é sinal de que Deus quer agraciá-lo com s experiência da presença divina, que até então não experimentou.