quinta-feira, 3 de março de 2011

PROCURA-SE O ROMANTISMO




Quem já ofereceu flores, acompanhado ou não de um cartão, com dizeres pra lá de carinhosos? Ou enviou uma mensagem eletrônica, com alto teor de romantismo; uma cesta de café da manhã no aniversário dela; uma declaração de amor ao vivo? Um recado quente pelo celular? Ou uma carta quilométrica com os dizeres: TE AMO, TE AMO, TE AMO?


Pois é, esse romantismo parece estar se extinguindo do cotidiano de muitos casais, quiçá, do vocabulário masculino. Gente que, quando começou namorar, não economizava elogios e palavras doces à sua amada; que encontrava tempo para passear de mãos dadas, inspiração para recitar poesias à luz do luar, não economizava com buquês de flores ou cartões, jantar à luz de velas, etc.  

A conquista da pessoa amada não deveria ser um fim em sim mesmo, mas o começo de uma longa história de amor. Um meio de manter acesa a chama da felicidade. Aquilo que um dia a tornou possível, jamais poderia ser descartado, como objeto sem qualquer valor.
Mas onde foi parar esse romantismo?  Era amor verdadeiro ou apenas uma estratégia para conquistar sua pérola? Por onde andará ele...!  Como faz falta! (Que o digam as mulheres).  Aquele “olho no olho! Coração batendo acelerado! Mãos suadas de emoção e nervosismo! O corpo trêmulo e quente! As palavras doces, carinhosas e verdadeiras. Aquele beijo apaixonado...


A essência dos sentimentos deve ser nutrida constantemente, sob pena de esfriar com o decorrer do tempo. O gatilho que tira a vida, deve também permitir ao amor continuar existindo. Nunca podemos achar que já conquistamos totalmente o objeto de nosso desejo, pois esta é uma conquista de todos os dias, de todas as horas, de todos os momentos, como no começo da relação, quando investimos todas as fichas naquilo que acreditamos ser a coisa mais importante do mundo: O AMOR.



Porque o coração da pessoa amada é sempre um terreno fértil a ser desbravado, uma vasta e desconhecida área, muitas vezes fechada a sete chaves. No dia em que percebermos que não há mais o que conquistar e nos sentirmos seguros, é o momento de considerarmos a possibilidade de o encanto estar sendo quebrado e o esfriamento da relação, iminente.

Por onde andará o romantismo? Estaria ele em extinção, ou apenas no baú do esquecimento? Nos porões escuros, adormecido num canto qualquer.  É verdade que as mulheres nascem, crescem e amam naturalmente, podendo desenvolver um certo romantismo. Mas não é algo inato. Daí, pedir para que sejam românticas, é exigir demais.

Elas simplesmente refletem o romantismo de que são alvos e não o produzem. Já o homem nasce  para a conquista e isto é visível, desde tenra idade, desenvolvendo-se na adolescência, amadurecendo na juventude e atingindo seu ápice na idade adulta. Ele é criado para conquistar, e lutará bravamente para alcançar seu objetivo principal.
Acredito que o romantismo que se procura, não deixou de existir, tampouco está longe, mas , adormecido em algum lugar em nosso interior, aguardando somente o acionamento do botão do coração - pause - para conectar-se e voltar à vida.

À medida em que o tempo passa, a relação a dois pode vir a desgastar-se ou mesmo, a tornar-se monótona. Nesse momento, a luz do romantismo deve voltar a brilhar, renovando a união e afastando qualquer possibilidade de esfriamento.

O romance, iniciado com tantas demonstrações de afeto, presentes, gestos de carinho e palavras afáveis, não pode acabar simplesmente porque uma das partes resolveu cantar vitória antes do tempo, ou melhor, achar que tudo estava garantido e que nada mais havia para conquistar.




Cultivar o romantismo é fundamental. Imprescindível, se quisermos que o sentimento sobreviva. É como cultivar uma planta. Se queremos vê-la creser, florescer e dar frutos, precisamos regar todos os dias. Se não cultivarmos o romantismo, a vida a dois fatalmente murchará, restando apenas folhas secas espalhadas ao vento. Todo cuidado é pouco.

Num mundo relativista e cada vez mais de “iguais”, onde os relacionamentos são facilmente descartados, é preciso ser diferente, fazer a diferença e sobretudo, lutar para que o nosso não seja mais um.

Melhor do que ter que procurar algo de valor, é não perdê-lo. Procurar exige disposição de ânimo, disponibilidade de tempo, renunciar coisas de que gostamos. Exige sacrifício. Mas toda procura tem sua recompensa, seu prêmio e seu momento de glória. Neste caso, encontrar o ROMANTISMO significa ressuscitar a paixão e reacender a chama do AMOR.  Vale a pena procurar, pois quem procura ACHA!!


                                                        Autor: Wanderlei D.S.Lopes     

  
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