sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NATAL NÃO É COMEMORAÇÃO SÓ DOS CRISTÃOS

5/12/2010 às 00:00:00 - Atualizado em 25/12/2010 às 00:38:03Daniel Caron
Presépio da Igreja Perpétuo Socorro, em Curitiba: tradição antiga.
O Natal é uma data comemorada em todo o mundo, em que as pessoas refletem sobre o nascimento de Jesus e questões ligadas à solidariedade, fraternidade, paz e conquistas pessoais. Em muitos países, nesta época do ano, existem tradições em comum, como enfeitar árvores, decorar a casa e promover encontros de família e entre amigos. Porém, dependendo da religião de cada grupo de pessoas, existem costumes e celebrações específicas, que refletem um pouco sobre a fé de cada um.
o budismo, comemorações costumam acontecer em outra época.

Católica

Na Igreja Católica, a preparação para o Natal tem início quatro domingos antes do dia 25 de dezembro, no chamado domingo de advento, quando tem início o ano litúrgico. Até o Natal, ficam presentes nas igrejas coroas do advento e é acesa uma vela de cor diferente a cada domingo, em sinal de que se aproxima o dia do nascimento do filho de Deus.

No dia 24 de dezembro, é costume celebrar a Missa do Galo. Tradicionalmente, a missa é realizada à meia-noite. Porém, em muitas paróquias, ela é celebrada mais cedo para que, posteriormente, os católicos possam participar de ceias e confraternizações em família.

"As reuniões de família são consideradas muito importantes. A troca de presentes, por exemplo, deve ser encarada como símbolo de doação, entrega e solidariedade", comenta o reitor do Santuário do Perpétuo Socorro, em Curitiba, padre Celso Vieira da Cruz.

Na missa do dia 24 e nas que ocorrem no dia 25, é comum que sejam cantadas músicas natalinas e realizadas encenações do nascimento de Jesus. As igrejas também costumam ser decoradas com presépios, luzes coloridas e pinheirinhos, assim como acontece na casa da maioria dos católicos.

Islâmica

No mundo islâmico, o Natal não é comemorado como no mundo cristão. Porém, é tido como uma data muito importante e respeitada. "Para nós, Jesus é um dos cinco profetas mais respeitados da humanidade, tido como salvador", declara o presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, Jamil Ibrahim Iskandar.

No Brasil, muitos integrantes da comunidade islâmica aderiram a costumes como montar árvore natalina e se reunir em jantares e almoços de confraternização. Alguns, neste período do ano, também buscam ajudar com mais intensidade pessoas carentes e necessitadas.

Espírita

A religião espírita não tem ritos. Por isso, não existe nenhum ritual praticado pelos espíritas na véspera e no dia de Natal. Entretanto, assim como ocorre na religião católica, muitas pessoas passam a data ao lado de familiares e amigos, em eventos de confraternização.

"Entendemos o Natal como a comemoração pela vinda de um espírito que trouxe até nós um novo entendimento de uma lei que já existia, que era a do olho por olho. Este espírito trouxe uma mensagem de amor e sobre uma nova forma de tratamento do próximo", informa o gerente da Federação Espírita do Paraná, Marco Antônio Negrão. "Acreditamos que o Natal é um momento muito importante para a humanidade, pois todo mundo é tocado pelo sentimento fraterno".

Budista

Os budistas não comemoram o nascimento de Jesus, mas sim o de Buda. Assim, o Natal budista acontece em abril ou maio. "Na filosofia budista, todos nós somos Buda. Todos temos natureza de Buda, que se expressa através de qualidades positivas", afirma o presidente de honra do Centro de Estudos Budistas Bodisatva de Curitiba, Bruno Davanzo.

Uma das tradições budistas é dar banho no Buda Menino. No período festivo, as pessoas costumam banhar a imagem de Buda com chá adocicado. Acreditam que a atitude traz prosperidade, sendo realizada como forma de remover as impurezas e os obscurecimentos da mente.

Evangélica

Na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, são tradicionais as cantatas de Natal, realizadas nos dias 24 e 25, através de louvores, orações e mesmo dramatizações. "Comemoramos o Natal de forma pentecostal e não com volúpia, como muitas vezes a data é colocada pela mídia. É um momento de reflexão sobre o nascimento de Cristo, de agradecimento pelo que foi conquistado durante o ano e de renovação do compromisso com a palavra de Deus", explica o presbítero da Igreja, Neir Moreira da Silva.

As celebrações familiares e entre amigos também são estimuladas, mas desde que sejam realizadas com equilíbrio. Integrantes da Assembleia de Deus não aprovam, por exemplo, a ingestão de bebidas alcoólicas durante e fora do período de festa. As igrejas e casas costumam ser decoradas com luzes coloridas. Porém, a árvore de Natal, embora não seja proibida, não costuma ser muito utilizada, pois não é considerada bíblica.

Judaica

O Natal não existe dentro do calendário judaico. Por isso, a data não é comemorada pelos judeus. "Para nós, Jesus é somente um mestre. Uma personagem que estudamos, mas que não consideramos como o Messias. Em função disso, não comemoramos seu nascimento", diz o rabino da Comunidade Israelita do Paraná, Pablo Berman.

Devido ao grande apelo natalino existente nesta época, os judeus não são proibidos de participar de reuniões e encontros festivos com amigos e familiares de outras religiões. Entretanto, para eles, o mais importante é a festividade das luzes, chamada Chanuka.

"Muitas vezes, a festividade das luzes coincide com o Natal. Este ano, ela já aconteceu, entre os últimos dias 2 e 9. Comemoramos um acontecimento histórico, que é a reinauguração do templo de Jerusalém (ocorrida no ano 165 a.C, pelo calendário cristão), após uma guerra contra o Império Grego. São oito dias de festividades, quando acendemos uma vela por dia e temos o costume de realizar refeições com pratos preparados com azeites. Também presenteamos as crianças".


Fonte: paranaonline.com.br

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